quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Frente pró-cotas critica plano das universidades estaduais


Por: Carlos Lordelo, do Estadão.edu
26/12/2012

Ativistas do movimento negro dizem que o projeto de criação de cotas na USP, Unesp e Unicamp será contestado na Justiça se parte dos cotistas for obrigada a fazer um curso de formação geral antes do ingresso na universidade.

Revelado pelo Estado, o plano foi elaborado pelos reitores a pedido do governador Geraldo Alckmin, como reação à Lei de Cotas federal. A ideia é reservar 50% das vagas para quem cursou todo o ensino médio em escolas públicas. Dessas, metade será para alunos com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa; e 35% para pretos, pardos e índios. O restante vai para os demais egressos da rede pública, independentemente da renda.

A estimativa do projeto é que 60% dos selecionados pelas cotas irão para a universidade diretamente após o vestibular e que 40% farão um curso a distância de dois anos de duração da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Eles garantiriam vaga na USP, Unesp ou Unicamp caso atingissem uma média ainda a ser definida pelas instituições.

Para o advogado Silvio Luiz de Almeida, ligado à Frente Estadual Pró-Cotas, mandar parte dos cotistas para o curso semipresencial é inconstitucional. “O governo fará uma discriminação negativa, tornando ainda mais cruel a situação de uma minoria”, diz Almeida. “Se esse projeto for aprovado, os movimentos sociais vão aos tribunais.”



A frente, que congrega cerca de 70 entidades, lançou nesta quarta-feira, 12, um manifesto contra o plano do governo estadual. Os militantes querem a entrada direta dos cotistas nas universidades, “sem etapas intermediárias”, e que a reserva de cadeiras pelo critério étnico incida sobre 100% das vagas.

O manifesto foi protocolado na Assembleia Legislativa de São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes e nas reitorias das universidades estaduais. O documento reúne 225 assinaturas de representantes de movimentos sociais, professores e estudantes.

Para os signatários do manifesto, o curso de formação geral - inspirado nos colleges norte-americanos - na verdade cria um degrau a mais para a inclusão de negros e pobres na universidade. Dirigente da Uneafro, rede de cursinhos populares, o professor de história da rede pública Douglas Belchior acredita que o college vai prejudicar principalmente alunos negros, que terão as piores notas no vestibular.

A frente quer que seja levado adiante um projeto de lei 530/2004, que tramita na Assembleia há oito anos e, segundo os ativistas, está pronto para votação.

ONU investe no combate ao racismo no mundo virtual


Por: Rádio ONU
26/12/2012
As Nações Unidas querem combater o racismo no mundo virtual. De acordo com um relatório da União Internacional das Telecomunicações, UIT, dos 7 bilhões de habitantes do planeta, 2,4 bilhões usam a internet.

Relatório do Escritório para os Direitos Humanos mostra que apesar de a internet ser uma ferramenta positiva, ela também pode ser usada por grupos radicais para espalhar mensagens de ódio e discriminação racial.

Segundo estudo preparado pelo relator especial do Escritório para os Direitos Humanos da ONU, Matuma Ruteere, a internet pode ser usada por grupos radicais para divulgar mensagens de racismo e ódio.

Tecnologia

Ruteere disse que com o avanço tecnológico, os websites extremistas continuam aumentando, não só em tamanho, mas também na capacidade tecnológica. Segundo o relator, esses grupos usam a internet para provocar violência racial, abusar de minorias e para recrutar novos membros.

Intimidação

Ruteere afirmou que a ONU está preocupada com a intimidação aberta feita por grupos radicais neonazistas pregando violência contra ativistas que combatem o racismo.

O relator reconheceu que é difícil aplicar leis e regulações contra conteúdos ilegais ou inapropriados, porque os países têm legislações diferentes para lidar com esse tipo de problema.

Recomendações

O relatório inclui várias recomendações para reduzir a influência de grupos extremistas na internet.

Ruteere alerta, porém, que os estados não devem adotar medidas que possam restringir o direito de liberdade de expressão de qualquer cidadão.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Projeto Estudar em Paz (Mediação Social no Contexto Escolar)

O vídeo acima, produzido pela UNBTV, mostra o Projeto Estudar em Paz (Mediação Social no Contexto Escolar). O Projeto é fruto da parceria do NEP/UNB (Núcleo de Estudos pela Paz e Direitos Humanos) com Escolas da rede pública do Distrito Federal. Atualmente o projeto está em andamento em quatro Regionais de Ensino: Recanto das Emas (CEF 602), São Sebastião (CED São Francisco), Paranoá (CEF 02) e Samambaia (CEF 411).

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Casais homoafetivos poderão se casar em São Paulo a partir de fevereiro

Tribunal de Justiça aprovou norma que obriga todos os cartórios a registrarem casamentos civil. Na maioria dos estados, falta de lei federal ainda causa prejuizos
Publicado em 19/12/2012, 18:52
Última atualização às 19:19
São Paulo – A partir de 17 de fevereiro, casais homoafetivos poderão oficializar o casamento civil em todos os cartórios de São Paulo. A decisão foi tomada no último dia 17 pelos magistrados do Tribunal de Justiça (TJ) do estado. Com a nova norma, casais que já têm contratos de união estável poderão converter o registro para casamento civil sem a necessidade de pedido judicial, assim como casais do mesmo sexo recém-unidos que resolvam ir direto para a modalidade de casamento. Segundo o TJ, dessa forma, estão garantidos os mesmos direitos a casais hétero e homossexuais.
“Agora todos os cartórios têm de acatar, porque alguns não faziam. O pedido precisa ser feito judicialmente. Agora os cartórios, queiram ou não, têm de aceitar. Os casais não precisam passar antes pelo união estável, assim como um casal homem/mulher que é noivo, que se casa, que faz os proclames. É igual”, afirma a advogada Lourdes Buzzoni.
Especializada em direito homoafetivo, ela acredita que as novas normas também igualam os procedimentos de divórcio, questão que ainda não foi esclarecida pelo TJ. Apesar do avanço garantido pela decisão, a ausência de uma lei que iguale o direito entre casais héteros e homoafetivos ainda pode causar problemas. Nos demais estados, pessoas do mesmo sexo podem ter de enfrentar processos judiciais para conseguirem oficializar suas uniões e desuniões.  “Nós estados em um estado que já é permitido. Eu acredito que não vai haver problema para que se consiga o divórcio. Nos outros vai ser necessário entrar com processo. Mas isso nós teremos de ver na prática”, aponta Lourdes. “Uma lei federal taparia qualquer brecha. E valeria para todo país”, defende.
“O tratamento igualitário dispensado às uniões de pessoas do mesmo sexo, além de amparado no posicionamento consagrado pela Suprema Corte e também pelo Conselho Superior da Magistratura, prestigia a dignidade humana de parcela da sociedade, trazendo praticidade e facilidade para o registro”, esclareceu o órgão, via assessoria de imprensa.
Com a adoção na norma que obriga todos os cartórios a registrarem os casamentos, São Paulo entra para o seleto rol de estados que garantem o direito a homossexuais. Alagoas, Bahia e, desde o último dia 14, o Piauí já haviam criado regulamentos parecidos.

Percentual de mulheres com nível superior é maior que o de homens, mostram dados do IBGE


Por: Vladimir Platonow - Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro
20/12/2012
Dados do Censo Demográfico 2010, divulgados hoje (19) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que a frequência nas faculdades já é majoritariamente feminina, o que acaba se refletindo no mercado de trabalho. Entre o total de pessoas com 25 anos ou mais, 12,5% das mulheres e 9,9% homens tinham pelo menos o nível superior completo naquele ano. No mesmo grupo etário, entre as pessoas ocupadas, a diferença é ainda maior: 19,2% das mulheres tinham nível superior completo, enquanto na participação masculina o índice era 11,5%.

Por outro lado, o percentual de pessoas sem instrução ou com o nível fundamental incompleto, com 25 anos de idade ou mais, é 49,3%. No ambiente urbano, o índice cai para 44%, mas nas áreas rurais chega a 79,6%. Na prática, significa dizer que oito em cada dez pessoas no campo, com 25 anos ou mais, têm no máximo o nível fundamental incompleto. O nível de empregabilidade está diretamente relacionado ao grau de ensino. O nível de ocupação das pessoas com 25 anos ou mais ficou em 51,8% para o grupo sem alfabetização ou com fundamental incompleto. Entre os que têm diploma de curso superior, o índice de ocupação chega a 81,7%.

Entre crianças e adolescentes de 10 a 17 anos, a frequência escolar é inversamente proporcional à participação no mercado de trabalho. Segundo o IBGE, o nível da ocupação das crianças e adolescentes que não frequentavam escola atingiu 17,5% na faixa etária de 10 a 13 anos; 23,2% na faixa de 14 e 15 anos e 37,5% na de 16 e 17 anos. Já entre os jovens que estudavam, o número de trabalhadores era bem menor: 4,8% na faixa entre 10 a 13 anos, 11,7% na de 14 e 15 anos e 23,8% na de 16 e 17 anos.

Fonte: UOL EDUCAÇÃO

Jamie Foxx fala sobre racismo: "Como um negro, pra mim tudo é questão racial"


Por: André Nespoli
18/12/2012
O ator Jamie Foxx não teve problemas em falar sobre sérias questões raciais na edição de dezembro de 2012 e janeiro de 2013 da revista Vibe, na qual aparece na capa ao lado de Leonardo DiCaprio eKerry Washington, seus companheiros em Django Livre (2012), dirigido por Quentin Tarantino. A entrevista à publicação foi divulgada nesta sexta-feira (14) pelo site Radar Online, e lá ele falou que sua vida é construída sobre divisão racial.

“Sendo negro, digo que somos mais sensíveis. E eu sendo negro, pra mim é sempre uma questão racial. Venho a este lugar (a entrevista foi feita no evento de nomeação do Globo de Ouro) tirar fotos e eles têm bolachinhas com queijo, e eu penso: "Isso é uma porcaria. Vocês não sabiam que negros viriam? O que é essa porcaria de branco?" Pela mesma razão, se tiver frango frito e melão eu direi: "Isso não é uma porcaria?" Então, não importa o que faremos como pessoas negras, sempre será desse jeito”, disse.

Foxx, que interpreta um escravo no controverso longa de Tarantino, revelou que se sente forçado a comprometer a si próprio quando trabalha.

“Tudo na minha vida é construído em meio à questão racial. Não digo isso sempre porque simplesmente não posso. Mas no minuto em que saio de casa, tenho que colocar minha outra roupa e dizer: "Ei, Thomas, Julian e Greg". E eu tenho que ser outra pessoa”, contou o vencedor do Oscar.

Nem Leo nem Kerry, que estavam próximos a ele, entenderam os nomes que Jamie usou como referência, mas a revista disse que eram nomes de pessoas brancas.

“Não, alguns desses são negros”, corrigiu Foxx. “Mas quando eu chego em casa, meus parceiros perguntam "Como foi seu dia?". "Bem, tive que ser branco por oito horas hoje", ou "Só tive que ser branco por quatro horas". Tudo que nós (negros) fazemos é isso”, completou.

O ator acredita ainda que pessoas negras e brancas reagem de forma diferente quando assistem a algum filme.

“Negros assistem a filmes de forma diferente a dos brancos. Quando você assiste Bastardos Inglórios, um judeu tem uma resposta mais tranquila. (ele cochicha) "Não acredito que eles fizeram aquilo". Mas quando um negro não gosta de algo, ele (e aí ele grita): "Ei, mano, porque a Olivia Popecaiu daquele jeito? Essa porcaria tá ferrada"", falou o artista que completou 55 anos na última quinta-feira (13).

“Têm certas coisas que assistimos como negros e que, se não concordamos, nós não apenas desligamos a televisão como desligamos aquela pessoa (da nossa vida). Isso quando nós sentimos quando o personagem está comprometido com o establishment dos brancos”, opinou.

Fonte Virgula

Mulheres ainda ganham menos que homens no Brasil e no México


Por: Por Da Redação - agenusp@usp.br - Talita Nascimento, do portal FEA
19/12/2012
Legenda:Falta de experiência também pode influir na diferença de salários / Foto: Marcos Santos/ USP Imagens
Apesar de todas as conquistas femininas dos últimos tempos, pesquisa desenvolvida na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP mostra que parte das diferenças salariais entre homens e mulheres no Brasil e no México ainda se deve à discriminação por sexo. Baseando-se na técnica de Oaxaca-Blinder, que considera variáveis como idade, escolaridade e posição na família, os estudos concluem que com curso superior e condições similares a do homem, a mulher continua ganhando menos.
Considerando pessoas que exercem a profissão cursada na faculdade, o hiato salarial de discriminação por sexo (diferença de pagamento por horas trabalhadas entre homens e mulheres) chega a ser de 76% no Brasil, índice que no México é de 36%. Sem levar em conta a escolaridade, a mulher no Brasil convive com um hiato de 163% e as mexicanas com 256%.
Para justificar a diferença salarial entre trabalhadores com e sem Ensino Superior no México, a professora responsável Maria Cristina Cacciamali arrisca uma hipótese. Ela sugere que a falta de mão de obra qualificada no país diminui a discriminação sofrida pelas mulheres. Devido à pouca oferta de candidatos preparados, o salário tem menos variações devidas ao sexo em cargos que necessitem de ensino superior. Fabio Tatei, pesquisador e palestrante, explica que apesar de o México ter índices maiores de formação superior, os dados não levam em conta a qualidade do ensino.
Outra possível interpretação para os índices e diferenças de salário entre homens e mulheres é a falta de experiência. Tatei explica que a mulher costuma demorar mais para ingressar no mercado de trabalho, principalmente por causa da maternidade. Esses anos a menos podem resultar em salários mais baixos.
Ineficiência econômica
Apesar destas explicações, a simples discriminação continua sendo o principal argumento para a diferença que os números apontam. Sobre este problema que se manifesta nos dois países estudados, Tatei comenta: “A discriminação traz ineficiência em termos econômicos”. Isso por que, excelentes profissionais podem ser excluídas de cargos importantes por preconceito. Nestes casos, as consequências se refletem em resultados financeiros menores do que poderiam ser apresentados com a contratação ou investimento em determinada profissional.
A pesquisa foi apresentada no ciclo de apresentações e debates chamado “Diagnósticos e Previsões de Políticas para o Mercado de Trabalho” realizado em parceria do PROLAM (Programa de Interação da América latina) com o NESPI (Núcleo de Estudos e Pesquisas de Políticas Internacionais).
Nesta conjuntura, a escolha de Tatei comparar Brasil e México aconteceu porque dentre os países da América Latina que mais se aproximavam da realidade brasileira, o México tinha pesquisas com números mais confiáveis, de acordo com o pesquisador. Os dados utilizados no Brasil são do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios) e no México do ENOE (Enquesta Nacional de Ocupación y Empleo).

Fonte: AGÊNCIA USP DE NOTÍCIAS

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A Grande ameaça aos Direitos dos/as Adolescentes: a redução da idade penal


Por: Cleomar Manhas - assessora política do Inesc
17/12/2012
São muitas as tentativas de rebaixamento da idade penal que tramitam no Congresso Nacional, mas nos últimos dias, parece que se multiplicaram e estão superando as expectativas. A primeira delas é o projeto de lei 345 /2011 que amplia o tempo de internação dos/as adolescentes, quando em cumprimento de medida socioeducativa de privação de liberdade, para até 26 anos, pois, para o deputado Hugo Leal, autor da proposição, a soltura aos 21 anos, quando o ato infracional tenha sido cometido antes de 18 anos, significa: “benevolência da legislação, sendo uma das causas do descrédito do sistema de recuperação de jovens infratores, pois, em boa parte dos casos concretos, a medida imposta torna-se simplesmente um mito. Sua função de prevenção geral das infrações penais torna-se bem enfraquecida, gerando sensação de insegurança para a sociedade.”

Argumento que reforça o senso comum, de quanto maior e mais dura a punição melhor, ao não reconhecer que adolescentes estão em fase peculiar de desenvolvimento. Além de desconhecer a legislação ao inferir que o Estatuto da Criança e do Adolescente não prevê punição aos adolescentes em conflito com a Lei.

Depois o projeto de decreto legislativo 1.002/2003, do dep. Robson Tuma e relatoria do dep. Efraim Filho, que voltou à superfície não se sabe por que, solicitando realização de Plebiscito para consulta acerca da redução ou não da idade penal. O mais curioso é que em 2009 o relator Efraim Filho deu parecer pela inconstitucionalidade da matéria, por considerá-la clausula pétrea, por acreditar tratar-se de direito individual, apesar de estar no capítulo dos direitos sociais. E agora, em 2012, o mesmo deputado apresentou outro relatório, onde, sem maiores explicações, diz ser de fato um direito social e, portanto, não se tratar de cláusula pétrea, sendo, então, constitucional.

Há, ainda, a Proposta de Emenda Constitucional 33/2012 do senador Aloísio Nunes Ferreira, que remete à Lei Complementar a possibilidade de reduzir a idade penal para 16 anos quando se tratar dos crimes que lista, delegando à autoridade competente a responsabilidade pelo laudo atestando a necessidade de desconsideração da inimputabilidade penal antes de 18 anos. A lista de delitos parece tratar de exceções, no entanto abre amplo caminho para que, de forma discricionária, a autoridade competente resolva ser o adolescente imputável ou não. Há duas questões preocupantes, uma delas é a rapidez com que esta proposição chegou à pauta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal e a outra são os argumentos do senador Aloísio, que diz ser contra a redução da maioridade penal e que esta PEC não trata disso, numa manobra para provocar confusão.

Precisamos organizar uma grande mobilização para que não estejamos sempre na posição de bombeiros, ou seja, de forma reativa, mas sim de forma proativa, mostrando organização e força, do contrário, vamos ser tragados pela maré que está cada vez mais forte.

Próximos Passos:

A PEC do senador Aloísio estará na pauta da CCJ do Senado na próxima quarta feira, dia 12 e a presença maciça de defensores de direitos faz-se importante. Além disso, precisamos marcar audiências com senadores, especialmente os líderes do governo e do PT para solicitarmos uma manifestação contrária a esta tese.

Para o próximo ano precisamos de um grupo de articulação permanente e uma pauta proativa para crianças e adolescentes.
Cleomar Manhas - assessora política do Inesc

Fonte: INESC

Cantora negra vence reality musical da TV Globo


Por: Redação Correio Nagô
17/12/2012
A cantora negra Ellen Oléria foi a grande vencedora da primeira edição do reality musical “The Voice Brasil”. A final foi disputada neste domingo (16). Ao vencer, Ellen levou R$ 500 mil, além de um contrato com a gravadora Universal, um carro e vai se apresentar no réveillon de Copacabana com Claudia Leitte. Ellen foi a venceu o programa com 39% dos votos do público.
Para finalizar a disputa, os técnicos tiveram que selecionar um dos candidatos que ainda estavam em suas equipes. Depois que quatro deles foram eliminados, foi o público que votou no vencedor.
O cantor e músico Carlinhos Brown teve que escolher entre Ellen Oléria e Ludmillah Anjos. “Não estou aqui para julgar sua voz porque isso já foi decidido por Deus. O Brasil se rendeu ao pah (sic), mas eu vou ficar com a Ellen", destacou o músico.
A vitoriosa voz do time de Carlinhos Brown disputou a preferência do público com três finalistas: Maria Christina, de Lulu Santos; Ju Moraes, de Claudia Leitte; e Liah Soares, de Daniel.
Nas redes sociais, a atitude da emissora foi elegoiada porque na apresentação de Ellen, ao apresentar a família da cantora, a TV Globo colocou na leganda "Mãe e namorada da Ellen".

Fonte: CORREIO NAGÔ

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

As 12 tendências tecnológicas da educação brasileira até 2017


Por: Fernanda Caethano
14/12/2012
Laboratórios móveis, redes, inteligências colaborativas, geolocalização, aprendizado baseado em jogos, conteúdo aberto. Achou essa lista futurista demais para ser usado em escala nas escolas do Brasil, públicas e privadas? Talvez ela não seja tão inalcançável assim. O sistema Firjan reuniu um grupo de 30 especialistas para analisar o estado do uso da tecnologia em práticas no país e fez prognósticos sobre quais ferramentas já estarão sendo usadas em escala em um horizonte de até cinco anos.

O estudo “As Perspectivas Tecnológicas para o Ensino Fundamental e Médio Brasileiro de 2012 a 2017: Uma Análise Regional do NMC Report”, divulgado nesta semana, identifica 12 tecnologias emergentes que têm potencial para impactar o ensino, além das dez principais tendências e os dez maiores desafios da educação brasileira.

Entre as 12 tecnologias apresentadas, quatro foram apontadas entre as que devem começar a fazer parte massivamente das salas de aula em menos de um ano: ambientes colaborativos, aprendizagem baseada em jogos e os dispositivos móveis representados por celulares e tablets; outras quatro estavam entre as que devem começar a ter seu uso mais frequente em dois ou três anos: redes, geolocalização, aplicativos móveis e conteúdo aberto; e mais quatro foram podem ser esperadas em um período de quatro ou cinco anos: inteligência coletiva, laboratórios móveis, ambiente pessoal de aprendizagem e aplicações semânticas. (Alguns desses termos podem ainda não estar claros, por isso o Porvir preparou um infográfico explicativo, confira abaixo).

Feito pela primeira vez no Brasil, o estudo insere um capítulo regional ao já tradicional Horizon Report, que anualmente faz previsões sobre o uso da tecnologia no universo educacional. O panorama global permitiu também comparações entre o contexto brasileiro e o internacional. Bruno Gomes, assessor de tecnologias educacionais do Sistema Firjan e participante tanto da pesquisa global quanto da nacional, ressalta alguns pontos em que nós nos distanciamos muito do mundo. “No Brasil, a gente já consegue ver o hardware, as coisas físicas em sala de aula, como o celular e o tablet. Mas falta a internet, então tudo que é feito na nuvem ou depende de uma rede boa e estabilizada vem depois”, diz.

Por isso, enquanto nos países ibero-americanos e na pesquisa global a computação em nuvem é uma realidade esperada em um ano, os especialistas brasileiros nem sequer apostaram nela para um panorama de até cinco anos. “Outra curiosidade é que, conteúdo livre, que já está acontecendo no mundo, ainda não vai acontecer no Brasil neste ano. O brasileiro ainda é apegado à autoria”, acrescenta Gomes.

Apesar das diferenças, alguns pontos são comuns em todas as partes do mundo, principalmente no que diz respeito aos desafios encontrados. “Formação de professores é um problema para o mundo”, ressalta Gomes. No relatório divulgado durante o evento Conecta 2012, que terminou hoje, os especialistas destacam também outra relevante coincidência entre o que esperam ver no Brasil e o que está posto no mundo. “Os 30 membros do conselho deste projeto concordaram com o conselho global em relação à tendência mais importante. Eles perceberam as portas se abrindo nas escolas de educação básica no Brasil para modelos de aprendizado híbrido e colaborativo”, afirmam os autores do relatório.

TECNOLOGIAS DE SALA DE AULA – ESPECIALISTAS INDICAM 12 FERRAMENTAS QUE ESTARÃO NAS ESCOLAS ATÉ 2017

1 ano ou menos – Polarização de dispositivos

Ambientes colaborativos

Espaços online que visam facilitar a colaboração e o trabalho em grupos. Nesse tipo de ambiente, a interação acontece independente de onde os alunos estejam

Aprendizagem baseada em jogos

Interação de jogos nas experiências educacionais; os benefícios têm se comprovado em desenvolvimento cognitivo, colaboração, solução de problemas e pensamento crítico

Celulares

Especialmente quando se fala em smartphones, são o ponto de convergência de muitas tecnologias; permitem acesso a um volume muito grande de informações na palma da mão

Tablets

Como os celulares, têm a facilidade da mobilidade e possibilitam aulas dentro e fora da escola. Dispositivos aumentam o leque de recursos pedagógicos

2 a 3 anos – Uso dos softwares

Redes

Investimento em banda larga para grandes eventos esportivos e o maior número de smartphones facilitam acesso rápido, barato e fácil a todos os tipos de informação

Geolocalização

Ferramentas recentes permitem a determinação da localização exata de objetos físicos, além da combinação com dados sobre outros eventos, objetos ou pessoas

Aplicativos móveis

Nova indústria de desenvolvimento de softwares cria um universo de novas possibilidades educacionais, com compartilhamento de descobertas em tempo real

Conteúdo aberto

Conteúdo disponibilizado gratuitamente, via web, dá acesso não apenas à informação, mas ajuda no desenvolvimento de habilidades de pesquisa, avaliação e interpretação

4 a 5 anos – Apropriação dos softwares

Inteligência coletiva

Conhecimento existente nas sociedades ou em grandes grupos. Como hoje a produção de conhecimento não é mais um monopólio, várias redes são criadas cotidianamente

Laboratórios móveis

A tecnologia facilitou que pesados equipamentos, antes disponíveis apenas em bons laboratórios de ciências pudessem ser inseridos em simples celulares

Ambiente pessoal de aprendizagem

Formado por uma coleção pessoal de ferramentas montadas para apoiar seu próprio aprendizado; lista é organizada de forma independente e é focada em objetivos individuais

Aplicações semânticas

Aplicativos que organizam informações de várias fontes e fazem associações entre elas, apresentando o resultado de forma atraente ao usuário
Fonte: Horizon Report (Brasil 2012)

Fonte: PNBE

Brasil reduz mortalidade infantil e atinge metas da ONU dois anos antes

IBGE alerta, porém, que índice ainda é alto, se comparado a países desenvolvidos e a Cuba

Por: Nielmar de Oliveira, da Agência Brasil
Publicado em 17/12/2012, 10:00
Última atualização às 11:28

Brasil reduz mortalidade infantil e atinge metas da ONU dois anos antes
Redução da mortalidade infantil avança no país, mas ainda exige políticas de erradicação da pobreza e redução da desigualdade(U.Dettmar/Arquivo ABr)
Rio de Janeiro - A taxa de mortalidade infantil no país em 2011 era 16,8 óbitos por cada grupo de mil habitantes, índice "ainda elevado e que chega a ser três vezes maior do que o verificado em Cuba", onde a taxa é cinco mortes por cada grupo de mil. Apesar disso, o Brasil cumpre a meta estabelecida pela ONU nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio.
Segundo o gerente da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2011, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cláudio Crespo, o levantamento constatou que o componente pós-neonatal prevalecia no Brasil até o fim da década 1980. A partir dessa data, começou a predominar o peso do componente neonatal (precoce e tardia), que em 2011 atingiu 68,3% do total de óbitos de menores de 1 ano.
“É evidente que o país avançou nessa questão da mortalidade infantil, o que fez com que atingisse, com dois anos de antecedência, as metas fixadas no programa Objetivos do Desenvolvimento do Milênio [compromisso universal da Organização das Nações Unidas para a erradicação da pobreza com a sustentabilidade do planeta], mas 48% das mortes infantis no país são de crianças com idade acima do prazo de seis dias”, alertou.
Cláudio Crespo ressaltou que nos países mais desenvolvidos, onde a taxa de mortalidade infantil é baixa, o percentual é sempre até seis dias e, em geral, ligado a problemas congênitos. “Então, quanto mais dias passam, mais as mortes estão ligadas a problemas sociais - o que significa que ainda há espaço para uma redução maior da taxa de mortalidade infantil no país”, disse.
De acordo com a pesquisa do IBGE, à medida que o país tem avanços nas questões estruturais relacionadas às áreas de saneamento e acesso à saúde, a tendência é que os óbitos infantis se concentrem no componente neonatal precoce (óbitos de crianças até seis dias).
Os dados do IBGE indicam ainda que dos 16,8% relativos à taxa de mortalidade infantil no país em 2011, por cada grupo de mil habitantes, 51,8% envolvem crianças até seis dias de vida. “Nos países mais desenvolvidos,a mortalidade infantil ocorre basicamente (cerca de 90%) entre as crianças até seis dias de vida – e geralmente de causas congênitas”, disse Crespo.
“É por isso que eu sustento, considerando países como os Estados Unidos e Cuba - que têm taxas de mortalidade em torno de sete e de cinco mortes por cada grupo de mil habitantes nascidos vivos – que a nossa taxa ainda é elevada. Mas, por outro lado, o país cumpriu com os compromissos das Metas do Milênio”.

Paulo Paim é novo relator de projeto que criminaliza a homofobia


Por: Silvia Gomide, da Agência Senado
Publicado em 17/12/2012, 14:55
Última atualização às 15:47
Paulo Paim é novo relator de projeto que criminaliza a homofobia
Senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) (Foto: José Cruz/Ag. Senado)
Brasília – O senador Paulo Paim (PT-RS) informou que será o novo relator do Projeto de Lei 122, de 2006, na Comissão de Direitos Humanos (CDH). O projeto inclui a homofobia entre os crimes punidos pela lei de racismo, que já criminaliza a discriminação por religião, etnia e procedência nacional. O senador disse que vai buscar o consenso para levar o projeto à votação e aprovação na CDH.
A relatora do projeto na comissão era a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que deixou a relatoria do PLC 122 quando assumiu o Ministério da Cultura em setembro. Paim disse que desde então vem sendo pressionado por grupos favoráveis e contrários à criminalização da homofobia para indicar um relator. Como forma de facilitar o entendimento, o senador acabou optando por tomar para si a função. Ele lembrou que não se trata de um projeto fácil de aprovar e que a matéria não foi votada antes a pedido da relatora, Marta Suplicy, que não via condições políticas de aprovação da matéria.
"Se o PL 122 fosse fácil de votar, nós já teríamos votado há muito tempo. Só a senadora Marta Suplicy, que foi vice-presidente do Senado, ficou com ele dois anos. Não é falta de boa vontade da comissão. O projeto não foi colocado em votação por outros presidentes, porque toda vez que foi colocado em votação, da forma que estava, o projeto seria derrotado", afirmou Paim.
O senador gaúcho disse vai tentar construir um acordo e que se não houver acordo o novo presidente da CDH no próximo ano poderá indicar outro relator para o projeto.
Caso aprovada na CDH, a proposta ainda será votada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e pelo Plenário do Senado. No Senado, a matéria foi aprovada na Comissão de Assuntos Sociais em 2009, na forma de substitutivo da então senadora Fátima Cleide. O projeto havia sido aprovado na Câmara dos Deputados em 2006.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Maioria na população, minoria no poder




O Censo de 2010 comprovou algo visível a todos: Negros/as ou pardos/as representam 50,7% da população brasileira. Entretanto sua participação política é desproporcional nos órgãos executivos do governo, como por exemplo, entre os deputados federais, restringindo-se à apenas 43, dos 513. No senado, a diferença é ainda maior, sendo apenas dois negros entre os 81 que compõe a bancada.

Buscando colocar em pauta a questão racial, principalmente entre os congressistas, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), em conjunto com a Frente Parlamentar Mista da Igualdade Racial em Defesa dos Quilombolas, organizou nessa terça feira, dia 6 de novembro, um seminário intitulado “a sub-representação de negras e negros no Parlamento Brasileiro”. Realizado na câmara dos deputados, o evento contou com aproximadamente 60 pessoas, sendo três delas deputados federais. Nenhum dos deputados era branco.

“O parlamento brasileiro tem cor e sexo. É o homem branco, heterossexual, proprietário e endinheirado. Essa foi uma das questões debatidas”. Assim, Eliana Magalhães Graça, assessora política do Inesc, explica um, entre os diversos temas debatidos no seminário. “Há a necessidade de uma reforma política que promova a inclusão. Porque isso que acontece no parlamento, acontece também nas casas legislativas, tendo uma consequência muito grande em relação às pautas. As que interessam a população negra são de difícil tramitação e aceitação.”

Assim como a lei da ficha limpa, a reforma política demanda uma forte pressão política vinda da população para ser concretizada, principalmente por haver diversos interesses particulares dos parlamentares para manter esse sistema. Afinal, muitos se elegem assim. Para Eliana Magalhães, a sociedade civil é decisiva: “Ou a gente se mobiliza, ou a situação vai continuar a mesma, essa repartição do poder vai continuar assim”.

Fonte: ABONG