![]() | Por: Da Redação 06/05/2013 |
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S.
Paulo – Estudo sobre o perfil dos alunos inscritos para o Vestibular
2012 da Universidade de S. Paulo, a maior do país e da América Latina – revela
que dos 774 matriculados nos 10 cursos mais concorridos, apenas quatro
se autodeclaram pretos. Nas três carreiras mais disputadas – Medicina,
Engenharia Civil de S. Carlos e Publicidade e Propaganda – ninguém se
declarou preto, de acordo com o questionário aplicado pela Fuvest,
responsável pelo vestibular.
Os dados revelam que o perfil elitista e branco da maior Universidade, que vem resistindo a implantação de cotas para negros e indígenas, vem se acentuando. No ano anterior, em 2011, 10 pessoas haviam se declarado negras nos 10 cursos de maior prestígio. Em S. Paulo, pretos e pardos, correspondem a 34,6% (29,1% pardos e 5,5% de pretos) dos 42 milhões de paulistas. S. Paulo é o Estado com maior população negra do país, em números absolutos: cerca de 14,5 milhões de afro-brasileiros. De acordo com o Censo do IBGE 2010, 63,9% dos paulistas se declara branco, 1,4% amarelos e 0,1% indígenas. Exclusão explícita Segundo o questionário respondido pelos alunos, menos de um terço dos cursos da USP terá estudantes declaradamente pretos. O de maior quantidade absoluta de pretos é o de licenciatura em matemática/física, com 17 pessoas. Nas exatas, porém, são as que apresentam menor proporção: apenas 1,9%. Outro estudo divulgado recentemente revelou que este ano, apenas 7,7% dos aprovados pela FUVEST estudaram em escolas públicas, o que representa uma redução em relação ao ano anterior, quando 8,36% dos alunos aprovados eram oriundos do sistema público de ensino. No total, na USP, só 28,5% do total de ingressantes estudaram em escolas públicas – 71,5% são oriundos de escolas particulares, o que vale dizer que: de cada 3 alunos, dois são de escolas particulares. Pressão Os novos dados devem ampliar a pressão sobre o Governo para a adoção de cotas para negros e indígenas nas universidades públicas paulistas. O Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior (PIMESP), vem sendo contestado por setores dos movimentos sociais para quem o projeto mantém o perfil das universidades – branco e excludente. Segundo a diretora da ADUSP, Lighia Matsushigue, dirigente da Associação dos Docentes da USP (ADUSP) e diretora da regional/SP da Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior/Sindicato Nacional (ANDES/SN), o problema vem se agravando pela falta de políticas para aumentar as vagas: só 10% das vagas existentes no ensino superior em S. Paulo são públicas; as 90% restantes são oferecidas pelo sistema privado que se retroalimenta no mercado lucrativo dos cursinhos particulares e universidades privadas. Se mantido o ritmo que os atuais números revelam, segundo analistas, a USP vai demorar 115 anos para ter 50% dos alunos de escolas públicas, isso sem levar em conta os cursos de maior prestígio com Medicina e Engenharia, em que a presença negra hoje é praticamente inexistente. Fonte: AFROPRESS |
O presente blog tem por objetivo o compartilhamento de materiais pedagógicos que auxiliem no combate a todos os tipos de violência e discriminação presentes no contexto escolar do Recanto das Emas/DF, proporcionando a instrumentalização de Coordenadores Pedagógicos e Professores.
terça-feira, 7 de maio de 2013
Na USP, só 0,5% dos alunos dos cursos de prestígio são negros
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