Em reunião realizada em Brasília, CNV diz ter ouvido 12 agentes da repressão
Publicado em 25/02/2013, 19:20
Última atualização às 20:02
Comissão de São Paulo fez audiência hoje sobre o caso do
operário Virgílio Gomes da Silva, militante da Aliança Libertadora
Nacional, preso no dia 29 de setembro de 1969 (Foto: Marcelo
Camargo/ABr)
De acordo com o novo
coordenador da comissão, Paulo Sérgio Pinheiro, que assumiu o cargo
no dia 16, até agora foram examinados “por baixo” 30 milhões de
páginas de documentos e também foram realizadas centenas de entrevistas.
Pelo volume de informações, ele estima que a comissão deverá
continuar pesquisando até o final do ano, quando terá um esboço
do relatório final. “O relatório tem de estar nas mãos da
presidenta da República (Dilma Rousseff) até dia 16 de maio (do ano que vem).
Em princípio, acordamos entre nós que até dezembro a grande minuta
do relatório tem de estar pronta”, afirmou.
A CNV também assinou
acordos de cooperação com a Associação Nacional de História
(Anpuh), com o Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em
Direito (Conpedi), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o
Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro. Desde maio do ano
passado, quando foi criada, a comissão havia firmado acordo com 12
instituições.
“A colaboração
entre a CNV e outras comissões da verdade e entidades que lutam pela
memória e verdade é decisiva para nosso trabalho, principalmente
visando ao relatório final que iremos apresentar em 2014", disse
Pinheiro. “Estamos compartilhando nossa metodologia, nossa
estratégia com uma ampla gama de comissões da verdade já criadas,
algumas em criação e outros grupos que estão em processo de
criação de suas comissões.”
A Comissão da Verdade
dos Jornalistas informou que o número de casos já levantados de
profissionais mortos pela ditadura, hoje em 16, vai aumentar.
“Recebemos informações de outras investigações que apontam 24
jornalistas”, disse Rose Nogueira, representante da comissão.
A comissão nacional
recebeu da Petrobras recentemente mais de 400 rolos de microfilmes,
entre outros documentos. O material ajudará a CNV a analisar como a
ditadura monitorava trabalhadores da estatal.
A Comissão da Verdade
de São Paulo quer que o Itamaraty solicite ao governo dos Estados
Unidos informações sobre Claris Halliwell, adido no consulado
americano em São Paulo, que ia com frequência à sede do Dops na primeira
metade dos anos 1970, conforme documentos obtidos no Arquivo Público do
Estado. O
pedido formal foi feito hoje. Amanhã, na Assembleia Legislativa, a
comissão promove a partir das 10h audiência pública para discutir três
casos de vítimas da repressão: Honestino Monteiro Guimarães, José Maria
Ferreira
Araújo e Paulo Stuart Wright.
A próxima reunião da comissão nacional está marcada para 4 de março.
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