Para o escritor paraense Daniel Munduruku, autor de 42
livros, indígenas podem ajudar o país a despertar para os engodos do
desenvolvimento capitalista e do consumismo
Por: Spensy Pimentel
Publicado em 16/02/2013
Daniel: "Os indígenas não criam conceitos para definir a
existência nem inventar teorias sobre o sentido da vida" (Foto: Jonas
Barbetta/Netnews.com Soluções)
Ele não
costuma aparecer nas listas de mais vendidos em jornais e revistas,
mas é presença obrigatória nas bibliotecas infanto-juvenis. De
forma discreta, mas contundente, foi a partir das crianças, o
“coração” da nossa sociedade, que Daniel Munduruku e um grupo
de escritores de vários povos, de norte a sul do país – como o
guarani Olívio Jekupé, o maraguá Yaguarê Yamã e René Nambikuara
–, traçaram sua estratégia para transformar a visão dos
brasileiros a respeito dos indígenas do Brasil.
Tudo
indica que já começaram a ter sucesso. Daniel calcula que seus 42
livros, lançados por 14 editoras, já venderam 2 milhões de
exemplares – muitos deles, como lembra, adquiridos pelo sistema
público de ensino. São títulos como Meu Avô Apolinário, premiado
pelas Nações Unidas, O Segredo da Chuva ou O Olho Bom do Menino,
entre os mais conhecidos. Histórias de Índio, o primeiro da
carreira, de 1996, já tem 17 edições. Hoje, segundo ele, a chamada
literatura indígena brasileira tem mais de 40 escritores e cerca de
120 livros lançados.
Nascido em
Belém, em 1964, o escritor, cujos pais deixaram sua aldeia na região
do Rio Tapajós nos anos 1950, estudou com os salesianos. Formado em
Filosofia, mestre em Antropologia e doutor em Educação pela
Universidade de São Paulo, Daniel atualmente reside em Lorena, no
interior paulista , mas é figura constante em feiras do livro e
outros eventos literários pelo Brasil.
Na
entrevista a seguir, à qual preferiu responder por escrito, nosso
mais conhecido escritor indígena fala sobre sua obra e também sobre
o país e as mudanças que têm atingido a Amazônia. Para ele, os
brasileiros têm de superar a “ilusão do progresso”, e é nessa
tarefa que os saberes dos povos indígenas podem colaborar de forma
fundamental.
Escritor,
filósofo, doutor: sua trajetória reúne vários elementos que
desafiam estereótipos sobre o que é ser indígena. Como você
percebe a persistência desses preconceitos?
Há
pessoas que dizem que sou um “índio que deu certo” por conta do
caminho que faço dentro da sociedade. Não há maior falácia que
essa afirmação. Ela está baseada no estereótipo e no preconceito.
Eu sinto que, agora que o Brasil já não consegue ignorar a presença
indígena, o preconceito começou a se requintar sob outros formatos,
escondendo velhos chavões. Esse requinte tem feito muito mal para a
identidade dos indígenas. Há um debate ideológico real, mas com a
economia como pano de fundo. É uma reedição acerca da reforma
agrária, só que desta vez as vítimas não são os sem-terra, mas
os povos indígenas. Isso acontece graças aos avanços que o
movimento indígena tem conseguido, a imersão na sociedade, a
participação na vida política e a entrada de jovens nas
universidades. Os novos latifundiários estão usando seu poder
econômico para fazer prevalecer o preconceito contra os direitos
constitucionais dos povos indígenas.
O recente
censo do IBGE mostra que quase 40% dos 897 mil indígenas no Brasil
residem em centros urbanos. Você percebe, ainda, uma maior
dificuldade dos brasileiros de compreender a experiência dos
indígenas na cidade?A
consciência dos brasileiros foi forjada pela ilusão de progresso,
desenvolvimento, crescimento a todo custo. Pouco se sabe sobre as
consequências de invadir territórios ancestrais e deslocar pessoas,
grupos, culturas. Cada vez menos pessoas conseguem fazer uma leitura
crítica sobre esses fenômenos e se deixam levar por ilusões de
riqueza e bem-estar. A maioria do povo brasileiro tem acreditado que
sair da miséria é poder comprar bens moveis ou imóveis. Uma
consequência dessa mentalidade é desprezar a história e olhar para
o próprio umbigo. Outra é não ser capaz de olhar para o que está
acontecendo ao nosso redor e perceber que há uma revolução social
sendo gestada, porque o capitalismo não nos permite olhar para os
lados. É assim que percebo o fenômeno da urbanização das aldeias.
Afora o fato de muitos indígenas estarem sendo jogados para fora de
suas terras tradicionais, muitos que estão na cidade percebem que
chegou a hora de alertar a sociedade brasileira para o engodo em que
está caindo. Estar na cidade não é uma “traição” da cultura
ancestral. Ao contrário, é oferecer a possibilidade de o Brasil
olhar sua realidade sob um prisma diferenciado. É possível ser
indígena vivendo no mundo urbano. É possível ser urbano vivendo
numa aldeia indígena. A questão não é de local. É uma questão
interna.

É
possível falar em uma “filosofia indígena”, uma forma indígena
de encarar o mundo?
Deixar as
instituições religiosas operando em terra indígena é entregar
esses povos ao extermínio cultural (Foto: Jonas Barbetta/Netnews.com
Soluções)
Costumo
repetir que o “índio” não filosofa, vive o que acredita. Quando
isso acontece fatalmente ele se compromete com o momento presente. Os
indígenas não criam conceitos para definir a existência, pois
aprendem, desde cedo, que é preciso agir no sentido de tornar a vida
mais tranquila e pacífica. Caçar, pescar, tecer, colher, entre
outras ações, são formas de tornar a vida melhor. Contar e ouvir
histórias, brincar, cantar, ritualizar as ações, são formas de
alimentar o espírito. Para chegar a isso não é preciso criar
outras tantas necessidades materiais e menos ainda inventar teorias
para descobrir o sentido da vida. É simples assim.
Seus
livros estão presentes nas bibliotecas das escolas de todo o país.
Nossa escola tem mudado?
No campo
da educação formal há muito ainda o que avançar. Já foi aberta
uma picada, mas ela ainda tem de ser pisada muitas vezes para poder
virar um caminho seguro. Nos últimos 20 anos se lançaram bases para
mudanças, e a Lei nº 11.645/08 (que institui a obrigatoriedade do
ensino da história e da cultura afro-brasileiras e indígenas nas
escolas do país) foi um marco essencial para que isso vire
realidade. No entanto, na educação tudo é muito lento e passa por
burocracias infindáveis, que não permitem o deslanchar. Nossos
livros estão chegando às escolas; os currículos já começaram a
ser modificados; professores já conseguem interagir com a cultura
indígena... No entanto, ainda é preciso capacitá-los
ideologicamente para o embate com o diferente; é preciso investir
nessa qualificação. Criar acervos nas bibliotecas para que os
educandos tenham acesso à literatura indígena. É urgente criar,
dentro das secretarias de Educação, grupos de estudos e pesquisas
que possam oferecer munição aos educadores. Fazer um banco de dados
confiável sobre grupos culturais indígenas que possam visitar as
escolas e formar os formadores. Sem isso, é chover no molhado.

E nossas
universidades: estão preparadas para acolher os povos indígenas e
seus saberes?Elas estão
piores que as escolas. Os professores doutores se acham senhores
absolutos do saber. Na escola formal há uma política pública que
determina ações, mas as universidades se fecham para isso. Mesmo
quando se fala de políticas de inclusão, as maiores barreiras são
os professores. Há pesquisadores que querem fazer trabalho sobre
literatura indígena, mas muitos titulares dizem não existir esse
tema e se negam a orientá-los na pesquisa. Os estudantes indígenas
– que entram pela política de cotas – estão sendo massacrados
nos estudos porque não conhecem os trâmites universitários, e os
professores se negam a ajudá-los ou a aprender com eles. De qualquer
forma, também nas universidades os indígenas já começam a fazer a
diferença, e isso é bonito de ver.
"A Amazônia é um mito na mente brasileira. A
história nunca contará de forma adequada sua história" (Foto: Jonas
Barbetta/Netnews.com Soluções)
Sua obra
dialoga, muito, com as crianças. Como tem sido essa experiência?
Você nota mudanças em relação à forma como os indígenas são
vistos por esse público?
Resolvi escrever para crianças por um motivo: esperança. No início foi bem complicado, mas aos poucos fui impondo meu jeito de narrar, contar nossas histórias. Hoje sinto que atingi não apenas as crianças, mas, e sobretudo, os adultos que têm contato com meu trabalho. Tenho procurado incentivar jovens indígenas a entrar no mundo das letras para que possamos compor um grupo consistente e fazer prevalecer um estilo próprio de narrar.
Resolvi escrever para crianças por um motivo: esperança. No início foi bem complicado, mas aos poucos fui impondo meu jeito de narrar, contar nossas histórias. Hoje sinto que atingi não apenas as crianças, mas, e sobretudo, os adultos que têm contato com meu trabalho. Tenho procurado incentivar jovens indígenas a entrar no mundo das letras para que possamos compor um grupo consistente e fazer prevalecer um estilo próprio de narrar.
Quais
obras de autores indígenas mais recentes o têm impressionado?
Tem surgido uma leva de autores indígenas cuja escrita ainda vai sobressair. Estamos vivendo um momento embrionário, em que o novo está despontando, nascendo das bases. Eu penso que o grupo atual, por ser pioneiro, está, de certo modo, preso aos cânones ocidentais. Não vejo isso como coisa ruim. Ao contrário, esse grupo usa a literatura como instrumento, mas o novo irá emergir muito brevemente. Ele está nas universidades estudando, criando, ao mesmo tempo em que hiberna até que chegue o momento propício para a metamorfose. Com relação aos outros países, estamos, em certo contexto, adiantados. Temos uma vasta produção para o público infantil e juvenil. São quase 120 títulos voltados para esse segmento. Em nenhum outro país há esse expressivo número. Somos mais de 40 autores de diferentes regiões e povos, o que é um universo de informações e saberes. Em outros países, pelo pouco que conheço, há sempre um ou outro autor de destaque e muito bons na escrita, mas desconheço uma organização que atue no sentido de incentivar novos autores, como nós fazemos. A propósito, este ano virá ao Brasil um grande poeta do povo Mapuche, do Chile, o Elikura Chihuailaf, para participar de um sarau lítero-musical que denominamos Caxiri na Cuia. Será na Universidade Federal de São Carlos, entre 9 e 11 de maio. Na ocasião haverá um grande encontro com escritores e escritoras indígenas.
Tem surgido uma leva de autores indígenas cuja escrita ainda vai sobressair. Estamos vivendo um momento embrionário, em que o novo está despontando, nascendo das bases. Eu penso que o grupo atual, por ser pioneiro, está, de certo modo, preso aos cânones ocidentais. Não vejo isso como coisa ruim. Ao contrário, esse grupo usa a literatura como instrumento, mas o novo irá emergir muito brevemente. Ele está nas universidades estudando, criando, ao mesmo tempo em que hiberna até que chegue o momento propício para a metamorfose. Com relação aos outros países, estamos, em certo contexto, adiantados. Temos uma vasta produção para o público infantil e juvenil. São quase 120 títulos voltados para esse segmento. Em nenhum outro país há esse expressivo número. Somos mais de 40 autores de diferentes regiões e povos, o que é um universo de informações e saberes. Em outros países, pelo pouco que conheço, há sempre um ou outro autor de destaque e muito bons na escrita, mas desconheço uma organização que atue no sentido de incentivar novos autores, como nós fazemos. A propósito, este ano virá ao Brasil um grande poeta do povo Mapuche, do Chile, o Elikura Chihuailaf, para participar de um sarau lítero-musical que denominamos Caxiri na Cuia. Será na Universidade Federal de São Carlos, entre 9 e 11 de maio. Na ocasião haverá um grande encontro com escritores e escritoras indígenas.
Qual o
lugar que os indígenas estão buscando no futuro do país? Em pleno
século 21, o que é ser indígena?
De algum tempo para cá tem surgido uma consciência nova entre os indígenas, sobretudo entre os jovens. Nossos antigos sábios brigaram bravamente para nos mantermos indígenas, e isso tem sido valorizado. No entanto, os novos tempos trouxeram uma demanda em que os jovens têm um papel fundamental. Trata-se de lutar pela manutenção da cultura, e isso não é possível senão pela atualização dessa mesma cultura. Ser tradicional não significa estar preso ao passado, mas antenado ao presente. Ninguém é tão tradicional quanto aquele que é capaz de reverenciar o passado e os antepassados atualizando os saberes para o momento presente. E o que nos pede o presente? Honrar a tradição. Como se faz isso? Atualizando-a. Atualizar os saberes significa contribuir para sua disseminação entre as pessoas. Para tanto é preciso dominar os instrumentais que o Ocidente desenvolveu e criar uma linguagem que seja capaz de comunicar nossa visão de mundo ao mundo e, quem sabe, ajudar na sua transformação.
De algum tempo para cá tem surgido uma consciência nova entre os indígenas, sobretudo entre os jovens. Nossos antigos sábios brigaram bravamente para nos mantermos indígenas, e isso tem sido valorizado. No entanto, os novos tempos trouxeram uma demanda em que os jovens têm um papel fundamental. Trata-se de lutar pela manutenção da cultura, e isso não é possível senão pela atualização dessa mesma cultura. Ser tradicional não significa estar preso ao passado, mas antenado ao presente. Ninguém é tão tradicional quanto aquele que é capaz de reverenciar o passado e os antepassados atualizando os saberes para o momento presente. E o que nos pede o presente? Honrar a tradição. Como se faz isso? Atualizando-a. Atualizar os saberes significa contribuir para sua disseminação entre as pessoas. Para tanto é preciso dominar os instrumentais que o Ocidente desenvolveu e criar uma linguagem que seja capaz de comunicar nossa visão de mundo ao mundo e, quem sabe, ajudar na sua transformação.

Sua
trajetória pessoal é ligada à Igreja Católica, uma instituição
que atuou muito fortemente na história do país, em relação aos
indígenas.
Sou fruto da Igreja Católica. Estudei com os salesianos do fundamental ao superior. Quis tornar-me padre por ter muita admiração pela atuação missionária. Com o passar do tempo fui percebendo que isso não era um caminho para mim. Minha consciência crítica – alcançada graças à minha educação salesiana – foi surgindo aos poucos e percebi que a atuação missionária em terra indígena é nociva. Tenho clareza que, se não tivesse recebido tal educação, talvez não alcançasse o que alcancei, e não posso ser ingrato, mas muitos jovens da minha geração não tiveram a mesma sorte e acabaram na sarjeta, embora tivessem a mesma formação. Ou seja, o que nos foi ensinado
Sou fruto da Igreja Católica. Estudei com os salesianos do fundamental ao superior. Quis tornar-me padre por ter muita admiração pela atuação missionária. Com o passar do tempo fui percebendo que isso não era um caminho para mim. Minha consciência crítica – alcançada graças à minha educação salesiana – foi surgindo aos poucos e percebi que a atuação missionária em terra indígena é nociva. Tenho clareza que, se não tivesse recebido tal educação, talvez não alcançasse o que alcancei, e não posso ser ingrato, mas muitos jovens da minha geração não tiveram a mesma sorte e acabaram na sarjeta, embora tivessem a mesma formação. Ou seja, o que nos foi ensinado
acabou se virando contra a gente graças a uma “lavagem
cerebral” que foi sendo introjetada em nossas mentes. Muitos não
conseguem se libertar disso nunca mais. Para a maioria restam o ódio
e o desejo de vingança contra a instituição, pois no final nos
resta apenas a saudade de algo que nos foi arrancado violentamente.
Hoje sou radicalmente contra a presença missionária em terra
indígena e acho que essa presença é uma afronta ao caráter laico
do Brasil, uma vez que as populações indígenas são de
responsabilidade do governo brasileiro. Deixar as instituições
religiosas operando em terra indígena é entregar esses povos ao
extermínio cultural.
Livros escritos por Daniel Munduruku sobre histórias da cultura indígena (Foto: Divulgação)
O governo
federal tem retomado projetos de grandes obras na Amazônia, como
Belo Monte. O próximo alvo é o Rio Tapajós, região onde vivem os
Munduruku – ali devem ser construídas pelo menos duas grandes
usinas até 2020. Que notícias têm lhe chegado lá do seu povo?
Tenho visto com muita preocupação tudo o que está acontecendo. É uma novela reprisada. O governo atua hipocritamente, pois supõe que o desenvolvimento hidrelétrico é o que o povo precisa. Além disso, define povo como apenas uma parcela da população, aquela movida pelo consumo frenético que enriquece umas poucas empresas e escraviza a outra parte. O resultado disso, podemos perceber: população ribeirinha desatendida, populações indígenas e quilombolas expulsas das terras que tradicionalmente ocupam, cidades pequenas inchadas e sem infraestrutura e o preço da energia elétrica entre os mais caros do mundo. Alguns precisam sofrer para o bem da maioria, dizem os cínicos. Sei bem que esse pensamento já não é tão verdadeiro. Trata-se de falácias engendradas no coração do povo brasileiro por alguns poucos que defendem o crescimento a qualquer custo. O Brasil não precisa de hidrelétricas. As construtoras precisam. O que o país precisa é de maior distribuição de renda. E só.
Tenho visto com muita preocupação tudo o que está acontecendo. É uma novela reprisada. O governo atua hipocritamente, pois supõe que o desenvolvimento hidrelétrico é o que o povo precisa. Além disso, define povo como apenas uma parcela da população, aquela movida pelo consumo frenético que enriquece umas poucas empresas e escraviza a outra parte. O resultado disso, podemos perceber: população ribeirinha desatendida, populações indígenas e quilombolas expulsas das terras que tradicionalmente ocupam, cidades pequenas inchadas e sem infraestrutura e o preço da energia elétrica entre os mais caros do mundo. Alguns precisam sofrer para o bem da maioria, dizem os cínicos. Sei bem que esse pensamento já não é tão verdadeiro. Trata-se de falácias engendradas no coração do povo brasileiro por alguns poucos que defendem o crescimento a qualquer custo. O Brasil não precisa de hidrelétricas. As construtoras precisam. O que o país precisa é de maior distribuição de renda. E só.
Como
amazônida, como você percebe que o brasileiro em geral pensa a
região? É dado o devido respeito à floresta e a seus habitantes?
A Amazônia é um mito na mente brasileira. A maioria da população não faz e nunca fará ideia do que ela seja realmente. A história nunca contará de forma adequada sua história. Ela continuará sendo o que sempre foi: um mito, um ideal, um eldorado. Meu maior receio é que vire mesmo um deserto.
A Amazônia é um mito na mente brasileira. A maioria da população não faz e nunca fará ideia do que ela seja realmente. A história nunca contará de forma adequada sua história. Ela continuará sendo o que sempre foi: um mito, um ideal, um eldorado. Meu maior receio é que vire mesmo um deserto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário