Ajuda de R$ 900 e a inclusão no auxílio-aluguel foram
negociados com a prefeitura. Amanhã, prédio no Jardim Apurá, na zona
sul, pode ser reintegrado
Publicado em 21/02/2013, 19:59
Última atualização às 19:59
Duzentas e cinquenta famílias moravam no prédio. Cadastro
para recebimento de benefícios começa amanhã (Foto: Antonio Miotto)
São
Paulo – Cerca de 250 famílias deixaram hoje (21) o prédio que ocupavam
desde novembro na rua 7 de abril, no centro de São Paulo.
A reintegração de posse estava marcada desde a semana passada, mas as
famílias não tinham sequer indicativo de que receberiam atendimento
habitacional. Apenas depois de ameaçarem acampar na sede Secretaria
Municipal de Habitação (Sehab) e de uma reunião na noite de ontem com o
secretário da pasta, José Floriano Neto, as lideranças conseguiram
garantir
atendimento emergencial de R$ 900 e a promessa de inclusão no
auxílio-aluguel. O cadastro para recebimento dos benefícios será feito a
partir de amanhã na sede da Sehab, no centro.
“Não queriam atender. Disseram que a verba
estava congelada. Aí o José Floriano ligou para o Donato (Antonio, secretário de governo), que ligou para o prefeito (Fernando Haddad),
que autorizou a negociação”, relatou o advogado da Central dos
Movimentos Sociais, Benedito Barbosa. “Foi um baita processo de
negociação”, desabafou o advogado.
Policiais
do 7º batalhão chegaram por volta das 9h ao edifício de 10 andares
e aguardaram pacificamente até as 14h, horário em que os sem teto
receberam a confirmação das promessas feitas na reunião de ontem.
“Nós pedimos para os policiais esperarem e eles aceitaram. Acho que esse
comportamento já é fruto da conversa com a Secretaria de Segurança
Pública”, acredita Barbosa.
Na
semana passada, Barbosa e representantes de outros movimentos sociais
reuniram-se com o assessor especial da Secretaria de Segurança
Pública, Eduardo Dias, que se comprometeu a articular um encontro
entre movimentos sociais e os comandos da Polícia Militar e da Guarda
Civil
Metropolitana para evitar abusos em operações de desocupações.
Reintegração de posse
Também
na tarde hoje, policiais e um oficial de Justiça estiveram em outra
ocupação na rua Antônio Gomes Ferreira, na Vila Apurá, na zona sul, para
executar a reintegração de posse. A ordem só não foi cumprida
porque os caminhões levados para transportar os objetos dos sem teto
eram insuficientes. No prédio vivem 1.200 famílias. A reintegração
foi remarcada para amanhã. “Estamos tentando recorrer junto a
instancias da prefeitura para ver se a gente consegue mais tempo”, disse
Osmar Borges, coordenador da Frente de Luta por Moradia,
movimento que organiza a ocupação.
Apenas
na região central da cidade 20 imóveis públicos e privados estão ocupados
por sem teto, vários deles têm processos de reintegração em trâmite
na Justiça e o despejo pode ser feito a qualquer momento.
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