Ação faz parte do Programa Brasil sem Homofobia, criado pelo governo do estado em 2007
Publicado em 06/02/2013, 14:40
Última atualização às 16:12
Carnaval do Rio terá serviço especial de proteção e
conscientização contra homofobia: conquista da cidadania (CC/SomosLGBT)
São Paulo – O
estado do Rio de Janeiro terá um plano de policiamento preventivo e
especializado para a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e
transsexuais (LGBT) no carnaval. Na segunda-feira (4), a chefe da
Polícia Civil, Martha Rocha, o secretário de Assistência Social e
Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, e o superintendente de Direitos
Individuais, Coletivos e Difusos e coordenador do programa Rio Sem
Homofobia, Cláudio Nascimento, e mais de 20 delegados de polícia se
reuniram para anunciar o esquema do policiamento especial na sede da
Polícia Civil, no centro do Rio.
O
presidente do Grupo Arco-Íris, organização não-governamental que
luta por direitos e pela promoção da cidadania LGBT, Julio Moreira, ressalta que
esse tipo de ação é essencial para toda a sociedade. “Essas iniciativas
são importantes para todos, até para conscientizarmos sobre a questão da homofobia.”
A
operação começará na sexta-feira (8) e vai até o dia 21. Uma
tenda com psicólogos, advogados e assistentes sociais que atenderão às eventuais vítimas de homofobia será montada na Central do
Brasil, no centro da cidade, e o Disque Cidadania LGBT (0800 023 4567) vai funcionar 24 horas para
receber denúncias. Além disso, cerca de 200 mil
panfletos educativos com informações sobre como se proteger da
homofobia, o que fazer e aonde ir em caso de violência.
Na
capital, as áreas que receberão mais atenção policial são a da rua
Farmede Amoedo, em Ipanema, e o entorno do Sambódromo, no centro, por
serem bastante frequentadas pela comunidade LGBT. Cabo Frio,
Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Nova Iguaçu, Belford Roxo,
Caxias, Maricá, Niterói e Macaé são cidades que também receberão
policiamento especial.
O
policiamento especializado é resultado da parceria entre o Programa
Rio Sem Homofobia, coordenado pela Superintendência de Direitos
Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado e
Assistência Social e Direitos Humanos e a Policia Civil. Participam
também a Subsecretaria de Estado de Segurança e a Polícia Militar.
O
programa, criado pelo governo do estado do Rio de
Janeiro em 2007, tem como objetivo o combate à
discriminação e a promoção da cidadania LGBT. A iniciativa do
policiamento especializado existe desde a criação do programa.
“Havia na época um grupo de 'pit boys' que se organizavam para
agredir homossexuais durante o carnaval em Ipanema e, nós, do Grupo
Arco-Íris, fizemos uma denúncia sobre isso”, conta Moreira.
Segundo
ele, o papel do movimento LGBT é monitorar e avaliar políticas
públicas voltadas para esta comunidade. “Nosso papel é este, cobrar para que essas políticas não se tornem apenas políticas de
governo, mas sim políticas de Estado.”
Em
2011, a cidade do Rio foi eleita, pela segunda vez, o
melhor destino gay do mundo. Entretanto, Moreira lembra que ainda há
muitos casos de agressão e discriminação por homofobia. “Recebemos
turistas do mundo todo, e é importante que possamos oferecer
segurança e facilidade de acesso para que as pessoas se sintam bem
e voltem à nossa cidade.”
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